sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Return to innocence

É ilusão minha ou será que estamos a regressar ao tempo dos nossos antepassados?
Lembro-me perfeitamente, com algum carinho e saudade, das histórias que a minha avó Helena me contava, das necessidades que passou, da falta de condições que existiam, da liberdade que foram adquirindo ao longo dos tempos, do direito ao voto, do direito à educação, ao sistema de saúde, da evolução dos meios de transporte, da passagem de aldeia a vila e depois a cidade...
Se a minha avó ainda estivesse aqui, talvez não se apercebesse da real dimensão deste retorno ao antigamente, (escolas que encerram, centros de saúde, correios, os comboios que deixam de passar, a destruição de tudo o que foi sendo criado para melhorar as condições de vida das pessoas, mas que por não ser economicamente viável, já não faz mais sentido).
Numa sociedade onde os números contam mais que as pessoas, talvez, ela não notasse muito a diferença, porque de uma forma ou de outra, os locais rurais sempre foram e continuarão a ser, lugares esquecidos, apenas mais um “X” no mapa, onde o que importa é o número de eleitores, naqueles anos em que a “Feira” vai à terriola.

Não sei porquê, mas assim de momento lembrei-me desta música.


5 comentários:

António Pedro Santos disse...

Grande Katy,
Mais uma vez uma crónica/pensamento bem delineada(o) porém ao contrario do titulo da musica dos enigma, não me parece que seja um "return to innocence" mas sim um "beggining of the end", pois só pondo fim a este caminho que estamos a trilhar de só olharmos para os números e não para as pessoas, será possível ultrapassarmos esta fase dificil da Humanidade...Os valores humanos deveriam sempres sobrepor-se aos valores materiais...infelizmente não é assim....kisses e um bom são martinho para vocês Toni

Catarina Reis disse...

Sim tens razão Toni, é mais um beggining of the end, mas ainda tenho esperança na humanidade em algumas pessoas que ainda fazem a diferença, pelo menos na minha vida, como vocês. Um bom São Martinho também ainda que com chuva. Beijos

Anónimo disse...

Mas a melhoria das condições de vida das pessoas, sempre foi economicamente viável. A Europa renasceu da guerra com políticas sociais, com a valorização das pessoas. Era raro uma empresa inglesa não ter creche, escola, assistência médica e bairros para os trabalhadores. Foi assim que saiu da miséria em que a guerra tinha deixado a Europa.
Pelo contrário esta política anti-social copiada da China e da Índia, colocou a Europa novamente em dificuldades e, quem sabe, à beira da guerra.
Estes políticos "mete-nojo" é que andam ao serviço de quem lhes paga as campanhas eleitorais e estão-se nas tintas para o bem-estar do povo e dos países. Afinal a vida é curta e há que encher a pá do rabo rapidamente e quem vier atrás, que feche a porta.
Mas isto vai dar uma reviravolta. Oh se vai...

Beijinho

Estudante disse...

Sim, também me parece que qualquer dia voltamos a repartir uma sardinha por três...

Anónimo disse...

O mais curioso é que nunca se produziu tanta riqueza no Mundo, como agora...
Onde é que "ela" terá ido parar?...

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